Rapé faz mal pra saúde?

 

Um dos estudos mais recentes que temos conhecimento sobre saúde e o uso do rapé foi feito pelo Dr. Nikolay Sapundzhiev da Medical University of Varna e o Dr. Jochen A. Werner da University Hospital Essen, "Rapé nasal: revisão histórica e aspectos relacionados à saúde", publicado em 2003 na The Journal of Laryngology & Otology. Em geral não há interesse em estudos sobre esse tema, uma vez que os tomadores de rapé em sua forma clássica são poucos e o estudo, bem como tudo o que falamos neste site, se refere à forma clássica, pois existem diversas formas de preparo, como o rapé indígena ou xamânico, que mudam completamente o cenário. Na Índia e na África a formulação do rapé também pode ser diferente e aí sim apresentar riscos. Por isso não falamos de rapé de forma geral, mas em sua forma clássica. 

Esse artigo apresenta uma importante distinção entre o rapé oral ou fumo de mascar (chamado também de snuff) e o rapé nasal. Aliás, essa é uma distinção muito rara, pois pelo fumo de mascar usar o mesmo termo em inglês (snuff), muitos artigos médicos traduzem de forma errada, incluso o artigo presente no site da ANVISA sobre rapé utiliza como referência um artigo que trata na verdade de fumo de mascar.
 

O artigo evidencia que:

  • O rapé é eficiente  para parar de fumar e pode ser considerado uma terapia substitutiva adequada;
  • O risco de doenças cardiovasculares é inferior ao dos fumantes;
  • Não há evidências científicas e médicas de que o rapé cause algum tipo de câncer. 

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Um dos países onde o rapé teve um imenso uso entre a população foi a Grã-Bretranha, com toneladas de rapé produzidas anualmente e uma longa tradição de seu uso. Por isso muitas pesquisas médicas foram feitas nesse país, que incluso conta com isenção tributária para o rapé. Vamos apontar aqui alguns dados obtidos para mostrar que se o rapé causasse terríveis danos à saúde, a Inglaterra seria um país endêmico de problemas relacionados ao seu uso, mas o que vemos é exatamente o contrário:

 

  •  Foi relatado por um autor no British Medical Journal Vol. 293, 16 de agosto de 1986, que não foi encontrado câncer nasal nem antroetmoidal em qualquer paciente na Grã-Bretanha que tivesse usado rapé.

 

  • A "Cancer Research Campaign" escreveu em 8 de março de 1985:  "não há evidência de qualquer associação com câncer ou outro risco à saúde no rapé produzido neste país. Por esta razão, o rapé parece um substituto totalmente aceitável para o consumo de cigarros e poderia ser recomendado para fumantes viciados, pois se pudessem substituir o rapé para fumar cigarros, reduziriam enormemente o risco para a saúde."

 

  • O professor Martin Jarvis, da Cancer Research UK, diz que: "as implicações para a saúde relacionadas ao uso do rapé são significativamente menores do que fumar. Ele explica: "Estudos mostram que os riscos para a saúde associados ao rapé são muito menores do que os dos cigarros, e o risco é de aproximadamente um por cento em comparação com os riscos associados ao fumo. A razão para isto é que ao fumar você está incendiando os produtos que causa sua combustão. O rapé não contém produtos de combustão que são cancerígenos e tudo o que o usuário obtém é a nicotina.

 

  • Um artigo de Clive Bates, Diretor  da "Action on Smoking and Health, and others states", afirma: "Para fumantes que são viciados em nicotina e não podem ou não querem parar, é importante que possam aproveitar formas muito menos perigosas de
    nicotina e tabaco, sendo a alternativa parar ou morrer e muitos morrem."

 

  • A Diretiva 92/41/CEE do Conselho da CEE forçou os revendedores de rapé a afixar um rótulo nos seus produtos: "CAUSA CÂNCER". No entanto, como resultado de uma investigação levada a cabo por um cientista independente do Cancer "Research Centre" de Heidelberg e por um cientista independente da Universidade de Ulm, a CEE foi obrigada a modificar isto para ""Este produto à base de tabaco pode ser prejudicial para a sua saúde e é viciante."  

 

  • "Isso coloca o rapé em um nível bastante semelhante a outros produtos semiluxuosos, como vinho ou café." - Dr. Poeschl. O professor Britton, do Royal College of Physicians, disse na TV que a nicotina não é mais tóxica que a cafeína.

 

  •  Dr. Pöschl escreve em seu Nasal Snuff Tobacco ABC: "Uma vez que nenhum tabaco é queimado ao tomar uma pitada de rapé, não há condensação da mesma forma que quando se fuma tabaco. Até agora, nenhum cientista tinha sido capaz de provar danos à saúde através do consumo de rapé nasal. O conteúdo do rapé nasal está sujeito à rigorosa Lei Alimentar Alemã. É por isso que é incompreensível que as autoridades comunitárias, certamente porque não têm conhecimento da verdadeira situação, estipulem advertências de saúde relativas a esta forma de consumo de tabaco. Em nossa opinião, isso é errado e só leva a mal-entendidos."

 

 The Lancet, 1º de março de 1980 (Extrato)
  UMA NOVA ERA PARA O RAPÉ?
  MJ JARVIS C. FEYERABEND
 Unidade de Pesquisa em Dependência, Instituto de Psiquiatria, Londres; e Unidade de Venenos, New Cross Hospital, Londres.

O tabaco é a única fonte de nicotina. Durante quatro séculos ou mais, ele tem sido usado para mascar, cheirar ou fumar, mas nenhuma população abandonou uma forma de consumo de tabaco sem substituí-la por outra. A única vez que os britânicos deixaram de fumar foi no século XVIII, quando passaram a tomar rapé durante quase cem anos. O fator comum é a nicotina. Não há alcatrão ou monóxido de carbono sem combustão. A nicotina é absorvida pelos pulmões ao fumar cigarros, pela mucosa bucal ao mascar tabaco e pela mucosa nasal ao cheirar.


E o rapé? Seria uma alternativa satisfatória para os fumantes dependentes? Tomar é simplesmente uma questão de inserir tabaco em pó no nariz e, portanto, tem duas vantagens principais. Em primeiro lugar, não existem produtos de combustão como alcatrão, monóxido de carbono e óxidos de azoto. Em segundo lugar, não pode ser inalado para os pulmões, o que elimina qualquer risco de cancro do pulmão, que mata quase 30.000 fumantes britânicos por ano. O rapé forneceria nicotina suficiente para satisfazer o fumante dependente? A evidência histórica sugere que sim. Estamos estudando a absorção de nicotina por fumantes de charuto e usuários de rapé. Os resultados preliminares aqui apresentados mostram que a absorção da nicotina do rapé é muito rápida; o rapé poderia ser suficientemente satisfatório para que os fumantes parassem de fumar com relativa facilidade.
 

MÉTODOS
Medimos a nicotina e a carboxihemoglobina (COHb) no sangue em fumantes de charuto e usuários de rapé.
RESULTADOS
Mesmo com esta forma de fumar charuto, a absorção de nicotina foi inicialmente muito lenta.
Em contraste, a absorção de uma única pitada de rapé foi extremamente rápida.
DISCUSSÃO
A taxa de absorção de nicotina do rapé é muito rápida. O nível de nicotina no sangue superior a 40 ng/ml corresponde aos níveis máximos encontrados em fumantes inveterados. Embora o usuário de rapé não obtenha o alto teor de nicotina, tragada por tragada, obtido pela inalação de fumantes de cigarros, o fumante leva cerca de 10 minutos para atingir um nível máximo de nicotina, em comparação com 5 minutos ou menos para um usuário de rapé.
O rapé pode muito bem ser um substituto satisfatório e aceitável para o consumo de cigarros. Além de sua capacidade de fornecer nicotina, o rapé pode fornecer muitos outros componentes do hábito de fumar, como uma variedade de aromas, embalagens atraentes e rituais sensório-motores intrincados que aumentam o prazer e os aspectos sociais do hábito. Além disso, é provável que seja aceitável para todas as classes sociais, uma vez que a sua utilização atualmente limitada vai desde salas de estar com cortinas de veludo até às profundezas das minas de carvão.


Mudar do cigarro para o rapé pode trazer enormes benefícios à saúde. Embora alguns problemas possam surgir da absorção contínua de nicotina e da irritação nasal local em consumidores pesados, a ausência de alcatrão e gases como o monóxido de carbono, óxidos de azoto e muitos outros produtos tóxicos da combustão eliminaria virtualmente o cancro, a bronquite e possivelmente doenças cardíacas. Além disso, o rapé não contamina a atmosfera para os não-usuários.


Nossas descobertas sugerem que uma nova era para o rapé é uma alternativa viável ao fumo de cigarros. O rapé poderia salvar mais vidas e evitar mais problemas de saúde do que qualquer outra medida preventiva que possa estar disponível para os países desenvolvidos no século XXI.

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Muitos são os textos que demonizam a nicotina, mas o debate sobre o tema é amplo e hoje ela em si é entendida como uma substância que não causa câncer, pois se ela fosse a vilã da história, não seria vendida em farmácias em adesivos, chicletes, etc... Muito do que foi desenhado como prejudicial está relacionado à queima do tabaco e outros componentes químicos presentes nos cigarros. Porém, como no rapé temos o tabaco sem queima, podemos descartar muitos desses problemas e, como não faltam textos muitas vezes descabidos, fazendo alusão apenas ao tabagismo, agora podemos apontar os benefícios da nicotina que talvez muitos no passado conheciam e que hoje a ciência traz novas luzes sobre.


 

  • A nicotina é um potêncializador cognitivo.

A nicotina parece ser neuroprotetora, ajudando a prevenir doenças degenerativas do
cérebro.“Até onde sei, a nicotina é o melhorador cognitivo mais confiável que temos atualmente, de forma bizarra”, disse a professora de psicologia da Universidade de Sussex (U.K.), Jennifer Rusted.

 

  • Melhora a memória de curto prazo.

 Em um estudo típico de nicotina / memória, pesquisadores da University of Surrey do Reino Unido, “Sugere-se que a nicotina facilita o processamento de informações de estímulo na memória de curto prazo”.
 

  • A nicotina pode ajudar pessoas com TDAH.

 De acordo com Paul Newhouse, diretor do Centro de Medicina Cognitiva da Escola de Medicina da Universidade de Vanderbilt: “a administração de nicotina tem efeitos positivos mensuráveis na inibição cognitiva/comportamental em adolescentes com TDAH.

 

Infelizmente, a associação do cigarro ao tabagismo destruiu por anos qualquer chance da nicotina ser bem vista. Talvez o caso mais famoso no mundo dos cigarros seja justamente da empresa que confessou anos depois que adicionava amônia ao tabaco. Outras empresas, para facilitar a queima, adicionaram outros componentes químicos. E, quando olhamos esse cenário, é fácil perceber que a queima do tabaco é um dos maiores vilões. Mas, além da questão da queima, creio que basta conversar com um fumante de charuto ou cachimbo para perceber também que a compulsão e até mesmo o vício passam longe, mesmo quando nessas formas o nível de nicotina é muito mais cavalar e presente que em um cigarro. Creio que tudo isso é fruto de uma observação que alguns pesquisadores insistem em não fazer e assim jogam fora a criança e a água da banheira.
 

Com o rapé, em uma pequena quantidade de tabaco, é possível obter até mesmo altas doses de nicotina, o que é muito interessante em todos os aspectos. 
Talvez muitos desses benefícios fossem empiricamente conhecidos pelos nossos antepassados, que tanto utilizaram o rapé.
Uma meta-análise de 2017 de 10 estudos sobre nicotina e desempenho atlético descobriu que os atletas acreditam que a nicotina os ajuda a ter um melhor desempenho. Os atletas relatam que o uso de tabaco sem fumaça previne a boca seca, controla o peso, ajuda o relaxamento e melhora o tempo de reação e a concentração.

Quando falamos que o rapé é a forma mais segura de consumir tabaco é sempre em relação às outras formas e não um convite a não encarar riscos. Pelo contrário, deve ser uma escolha madura e baseada em informações, sendo um caminho muito mais interessante para aqueles que querem consumir nicotina sem as questões nocivas que envolvem a queima do tabaco e ter ao longo do dia doses de nicotina. O rapé se destaca até mesmo entre outras formas de uso do tabaco sem queima, pela praticidade, quantidade, preço, segurança e outros benefícios atrelados.
 

Entre os efeitos da nicotina, um muito interessante está relacionado ao nosso metabolismo. Há muito tempo é aceito que a nicotina atua como um inibidor de peso. Mas um estudo recente mostra como a nicotina afeta o metabolismo, provocando o corpo a queimar certos tipos de células de gordura através de um processo chamado termogênese. “Este caminho é importante do ponto de vista da pesquisa básica, mas também tem relevância para a pesquisa metabólica e de saúde humana”, disse o autor sênior Jun Wu, professor assistente de fisiologia molecular e integrativa da Universidade de Michigan Medical School.

Poucas pessoas sabem que a popularização da nicotina iniciou-se com seu uso medicamentoso. Foram justamente seus benefícios que conquistaram seu espaço de destaque.
 O sucesso do rapé deve-se a Catarina de Médicis (1519-1589), rainha da França durante o reinado de Henrique II, cujo filho Carlos IX (1550-1574) sofria de fortes enxaquecas e nenhum médico havia conseguido a cura.
Jean NICOT (1530-1600), então embaixador da França em Portugal, onde descobriu as propriedades curativas do tabaco, apresentou-o na corte francesa e recomendou este remédio ao jovem príncipe.  Depois de algumas pitadas de rapé, suas enxaquecas são aliviadas.
O tratamento foi um verdadeiro sucesso. A rainha favoreceu a sua promoção em toda a corte, que começou a buscá-lo.  Foi vendido em boticários sob vários nomes como: "Herbe à la reine", "Cathérinaire", "Médicée", "Herbe à Nicot", "Herbe à l'Ambassadeur".
Como homenagem a Jean NICOT, os botânicos nomearam a planta de tabaco: "Nicotiana tabacum". Mais tarde, as suas propriedades de fazer espirrar e o prazer de inalar um pó perfumado tornaram-no moda em todo o reino.

"Precisamos des-demonizar a nicotina", disse Ann McNeill, professora de Dependência do Tabaco do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King's College London.
Alguns estudos mostram que a nicotina, como a cafeína, pode até ter efeitos positivos. É um estimulante, que aumenta a frequência cardíaca e aumenta a velocidade do processamento de informações sensoriais, aliviando a tensão e aguçando a mente.
Na Suécia, muitas pessoas obtêm sua nicotina naqueando tabaco sem fumaça, o chamado snus. A pesquisa lá colocou as taxas de câncer de pulmão, doenças cardíacas e outras doenças relacionadas ao tabagismo entre as mais baixas da Europa.
Segundo o artigo "Efeitos benéficos da nicotina", do Dr. Jarvik, um grande estudioso da substância, a nicotina tem potencial para ser um valioso agente farmacêutico. Ela liga-se de forma bastante específica ao local de ativação nicotínico colinérgico em canais de íons catiônicos em receptores em todo o corpo. Esta ação estimula a liberação de uma variedade de neurotransmissores, incluindo especialmente catecolaminas e serotonina. Quando tomada cronicamente, a nicotina pode resultar em: redução do peso corporal,  melhoria do desempenho e proteção contra doença de Parkinson, doença de Tourette,  doença de Alzheimer, colite ulcerativa e apnéia do sono.

É certo que há muitos benefícios ligados à nicotina e alguns que estão unicamente atrelados a ela.  Entender que existem outras formas naturais de uso do tabaco além do cigarro tem mudado o rumo das pesquisas. 
É importante destacar que os benefícios da nicotina fazem o tomador de rapé se posicionar diante do uso e entender o que pode obter do desfrute, colocando na balança pontos negativos e positivos. Sabemos que em realidade são muitas as substâncias presentes na alimentação industrializada que são nocivas, como bebidas com corantes e outros produtos tóxicos que nunca foram demonizados como o tabaco foi e nem por isso saímos alarmando aos demais.
Não é de hoje que a nicotina em suas diversas formas é para os intelectuais e trabalhadores braçais, junto com a cafeína, um combustível histórico que pariu diversas obras da humanidade. É lamentável que muitas pessoas fiquem ainda dependentes de cigarros e outras formas tão prejudiciais pela falta de informação.

 

Prazer sem fumaça

Mas qual é a diferença para a fumaça do tabaco? O rapé é realmente melhor do que fumar? Grosso modo: sim.
Não é apenas a ausência de fumaça que representa uma vantagem desse tipo mais antigo de consumo de tabaco - as pessoas no ambiente também são protegidas da fumaça e do cheiro . Além disso, inalar tabaco também é possível em locais onde é proibido fumar, como aeroportos, estações de trem ou restaurantes.
O rapé é uma forma de desfrutar do tabaco que não incomoda ninguém.

 

 

 

 

Sobre a loja

Infelizmente, no Brasil o rapé é vendido em estado bruto, sendo apenas fumo picado, e em alguns casos é impossível de se utilizar, pois causa irritação. Nosso rapé é aveludado e com vários aromas naturais, sem adição de outros pós. Todos são produzidos segundo as receitas mais tradicionais da Europa e América.

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